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terça-feira, 12 de maio de 2009

Abraça-me Muito Forte


Abraça-me Muito Forte foi sem dúvidas uma novela muito marcante, e que será lembrada como um grande sucesso. A novela foi uma reunião de todos os elementos para o êxito: história, elenco e produção afinados.

Salvador Mejia Alejandre vinha a frente desse projeto baseado na novela Pecado Mortal. Filmada em cenários naturais, a novela chamou a atenção por sua impecável produção. E por seus momentos de ousadia, como o exorcismo da personagem Estela (Rossana San Juan). Outra ousadia foram as cenas sensuais, como as cenas de nudez de Jorge de Silva e Aracely Arámbula, que fizeram com que a novela mudasse de horário no México, das 20h para as 21h.

No elenco, um time de peso, a começar pelo regresso de Victoria Ruffo como a resignada Cristina, a cega obrigada a se separar da filha foi um papel recompensador na carreira de Victoria, que esbanjou talento. O único fato estranho foi ela mesma fazer seu personagem aos 15 anos. Francamente, ela não aparentava aquela idade. Fernando Colunga foi Carlos Manuel, o galã da história. Desta vez, Colunga estava mais maduro, e ainda que não fosse o ator ideal, mostrou uma boa evolução. Aracely Arámbula como Maria do Carmo agradou, pela beleza da personagem e pelo próprio desempenho da atriz, em seu primeiro estelar. Pablo Montero como o nobre José Maria foi outro que deu tudo de si no personagem e arrasou. A novela ainda contou com a presença divertida do triângulo Lilia Aragon, Rosita Quintana e René Casados, em exagerado e hilariante caso de bigamia.

No time das vilanias, tinha Nailea Norvind como a insaciável Débora que foi outro personagem que agradou o público. Ela teve um ótimo desempenho, mas sem dúvida o grande destaque da novela foi César Évora. A magnífica interpretação de César para o diabólico fazendeiro Frederico Rivero só rendeu elogios ao ator. Também pudera, há tempos não se via um vilão tão perfeito em novelas. Com tudo isso, Frederico acabou mais querido que odiado pelo público, mas não menos perverso.

Abraça-me Muito Forte foi uma novela atípica. Em um misto de polêmica, sensualidade e violência, vários tabus foram tratados de formas chocantes. Os constantes abusos sexuais sofridos por Maria do Carmo, o seqüestro de Carlos Manuel que terminou em uma cruel revanche, a AIDS de Max (Eduardo Rodriguez), a decadência de Lena (Dacia Arcaraz), que estuprada e expulsa de casa, foi parar em um cabaré, seu estuprador, Ernesto (Toño Infante) teve uma vingança dos presos: também foi violentado, a chocante cena do pequeno filho de Célia (Carmen Salinas), e a possessão de Estela, fazendo da personagem, que já era má, um verdadeiro diabo. Enfim, uma trama complexa que reuniu vários elementos perturbadores.

Nas participações especiais, destacam-se Ernesto Alonso como um padre, que exorcizaria Estela, e também uma rápida ponta de Eduardo Santamarina no bar de Célia. Mas a mais célebre foi a entrada de Helena Rojo em dois papéis, Diana e Juliana. As gêmeas tinham um envolvimento sombrio e misterioso, e julgava-se que como sempre uma era boa e a outra era má, um engano, pois uma era má, porém a outra era pior. Outra excelente atuação da primeira atriz.

Enquanto isso, houveram alguns conflitos fora das telas, o que não impediram o sucesso da novela. A atriz de cinema Emilia Guiú topou participar como Flora, tia de Débora, mas não agüentou o ritmo da novela. Acabou morta, caindo em um rio e morrendo afogada. Outro foi Arnaldo André, o Dr. João Luís, que não gostou de sua participação e acabou morrendo atropelado por Frederico, causando mais e mais dor para Cristina. Também, como sempre, surgiram os boatos da indisciplina de Aracely, que teve um comentado romance com Pablo Montero.

Mas a baixa mais significativa foi a perda do incomparável René Muñoz, que era um dos adaptadores da novela, e atuava como Regino. No capítulo em que todos choraram a perda do Padre Ignácio (Miguel Córcega) era na verdade uma homenagem a René. Foi ele quem convidou a atriz Aurora Clavel, que vivia Victória na novela, tanto é, que quando ele morreu, seu personagem passou a aparecer menos. Outra de suas idéias foi o já citado triângulo entre Efigênia-Francisco José- Edwiges.

Abraça-me Muito Forte foi uma daquelas novelas marcantes, e que deu início a um novo horário para novelas mexicanas aqui no Brasil: 19h. Foi sem dúvida um grande sucesso de público e crítica em uma produção cinematográfica.

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